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A nómada gulosa

Um blog de crónicas viajeiras e com tendências epicuristas

A nómada gulosa

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Documentário sobre o Noma

Após a première mundial no Festival de Cinema de San Sebastian em Setembro último, o documentário Noma, My perfect storm, de Pierre Deschamps, está a começar a circular em mais festivais de filmes e de documentários.

Este documentário é uma viagem criativa na mente de René Redzepi e sobre como ele revolucionou o mundo da gastronomia, inventando o alfabeto e o vocabulário que incutiriam uma nova dinâmica na gastronomia nórdica e que mudaria radicalmente a imagem do chef moderno.

Nele é dado enfoque ao período de 2013, ano em que o Noma perdeu o título de «Melhor restaurante do mundo» e em que cerca de sessenta pessoas foram vítimas de intoxicação alimentar após uma refeição neste restaurante, e ao esforço de René Redzepi para recuperar a imagem do Noma.

 

Os surpreendentes vinhos da Herdade dos Outeiros Altos

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No quadro do mercado dos vinhos do Campo Pequeno, fiquei a conhecer um pequeno e jovem produtor do Alentejo, mas grande nos resultados já alcançados. O que me despertou a atenção foi o vinho de talha, uma técnica de produção em desuso, mas que vai resistindo nalgumas zonas do Alentejo.

Sendo o barro ser um material poroso, permite-se uma microxigenação no interior da talha (que é besuntada previamente com pez, uma resina natural) para evitar a oxigenação excessiva, ganhando o processo de vinificação desta troca gasosa através das paredes de barro da talha.

Quer o Outeiros Alto Talha de 2012 (Aragonez, Alfrocheiro e Trincadeira), quer os demais vinhos produzidos nesta Herdade são biológicos, sendo a quantidade de sulfitos inferior à máxima permitida na lei.

Além do já referido, ficaram na memória o Outeiros Altos Rosé 2014 e o Outeiros Altos Branco de 2013, um branco de vinhas tintas (Aragonês e Alfrocheiro), este último de cor e aroma inusitados (quase transparente, fresco e com um ligeiríssimo sabor a amêndoa).

Novo museu dos coches

1.jpgAberto desde Maio deste ano, o Museu dos Coches é constituído por um pavilhão principal com uma nave suspensa e um anexo, com uma ligação aérea, que assegura a circulação entre os dois edifícios. A disposição espacial destes corpos cria uma espécie de pórtico que aponta para uma praça interna.

Confesso que me senti «deslocada» neste espaço do brasileiro Paulo Mendes da Rocha que, aliás, recentemente recebeu o Prémio CICA de Arquitetura atribuído pelo Comité Internacional de Críticos de Arquitetura. Há ainda trabalhos por concluir e os 3 candeeiros (um deles com uma papeleira pendurada) distribuídos pela praça «quebram» a unidade desta zona.

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Quanto ao museu em si, nem todas as peças expostas estão identificadas, não há uniformidade gráfica das placas informativas e nem todas as peças expostas têm direito a todas as traduções disponíveis no museu.

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Dito isto, o acervo já era conhecido e reconheço que, por exemplo, o coche dos oceanos, que fazia parte do conjunto de cinco coches temáticos que integraram o cortejo da Embaixada ao Papa Clemente XI enviada a Roma pelo rei D. João V em 1716, ficou ainda mais resplandecente.

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Restaurante Estória

1.jpgChama-se Estória e é mais uma boa razão para gostar de viver no concelho de Oeiras.

Instalado no Palácio do Marquês de Pombal, na Cruz Quebrada, trata-se do primeiro projecto a solo de Vítor Areias, que já passou pelo Assinatura, entretanto encerrado, e que estagiou no Noma e no Mugaritz.

É proposta uma carta simples e contemporânea, mas de matriz tradicional portuguesa, com uma especial relevância para os produtos sazonais. Experimentei a pescada corada com presunto de porco preto acompanhado de legumes, macia e aveludada, numa combinação perfeita com a cabeça de aipo. Em suma, um prato simples e leve.

Quanto às sobremesas, resulta particularmente feliz esta combinação da cherovia ou pastinaca, com nozes caramelizadas e anis. O inusitado de uma sobremesa de um vegetal é sem dúvida uma surpresa, plenamente conseguida.

 

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Pela amostra e conversa que rolou no final da refeição vai valer a pena acompanhar a criatividade deste chef e da sua equipa. O Estória abriu no início deste mês e é um dos restaurantes que integra a Lisbon Restaurant Week, que decorrerá entre 22 de Outubro e 1 de Novembro.

http://www.estoriarestaurante.com/ 

Como é ser chef de um chefe de Estado?

chefs_des_chefs.jpgComo é ser chef de um chefe de Estado? Como se é recrutado para a esta função? Quais os pratos preferidos da rainha de Inglaterra ou de Jacques Chirac? Estas e outras questões têm resposta no livro «Chefs des Chefs» de Gilles Bragard e Christian Roudaut, das Editions du Moment.

Neste livro podemos ficar a par de muitos faits-divers e histórias curiosas acerca destes profissionais que não tendo propriamente estrelas no Guia Michelin, desempenham um papel relevante nas residências oficiais dos chefes de Estado. Desde as paranoias alimentares da guerra fria, à influência crescente do bio e do locavorism nas cozinhas dos poderosos deste mundo, às extravagâncias dos ditadores, é possível fazer um retrato ligeiro dos corredores do poder através desta obra.

Uma das histórias deliciosas que consta deste livro é a do diplomata Talleyrand, chefe da delegação francesa no Congresso de Viena que pretendendo recolocar no epicentro das nações influentes a França vencida e subjugada, viaja com o melhor chef à época, Antoine Carême, com vista a «seduzir» as potências vencedoras. Enfim, um verdadeiro praticante da «gastrodiplomacia» como o atesta a frase que lhe é atribuída: «Donnez-moi de bons cuisiniers, je vous ferai de bons traités».

 

Uma viagem pelo Douro Vinhateiro

10.jpgForam poucos os lugares onde já estive (e já estive em alguns!) em que tenha chegado à conclusão que são muito mais bonitos do que as imagens fotográficas ou televisivas deixavam transparecer. O Douro Vinhateiro é seguramente um desses lugares.

O comboio histórico do Douro percorre um troço compreendido entre a Régua e o Tua, serpenteando a margem do rio Douro, bem no coração do território vinícola Património Mundial.

As imponentes colinas cravadas de socalcos e o rio Douro, hoje idílico e sereno, constituem a paisagem que tem sido (re)descoberta por portugueses e estrangeiros.

As vinhas recuperaram o seu esplendor após os significativos danos da filoxera na segunda metade do século XIX, mas a faina fluvial da actualidade é hoje tão diferente como o próprio rio, domado por barragens e eclusas. A última viagem de um rabelo transportando os barris de vinho do Porto entre as quintas durienses e as caves de Gaia data de 1964.

Mas também não são as imagens que captei que conseguem fazer jus a este cenário e apreender o esforço humano necessário para contemplarmos a paisagem que hoje temos diante dos nossos olhos.

No dizer de António Barreto “Duas forças colossais fizeram o Douro que está diante dos nossos olhos: a do rio e a dos homens. (...) Visto do ar, dos vales ou do leito do rio, o que se vê é sempre obra do homem.” (Douro – Rio, Gente e Vinho).

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Palácio e parque de Monserrate

Deslumbrante e magnífico talvez não cheguem para caracterizar o palácio e o parque de Monserrate, cuja configuração dada por Francis Cook, tal como a conhecemos hoje, data de 1856.

Do palácio, que constituía a residência de verão da família Cook, são de destacar a sala da música, com uma cúpula em estuque com motivos florais dourados, a biblioteca com uma magnífica porta em alto-relevo, e a galeria que serve de ligação entre as três torres do palácio.

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Mas é o exterior, com uma área de 33 ha e profusamente pontuado por árvores e espécies botânicas de todo o mundo, que é arrebatador. Distribuídas por zonas de origem, compõem cenários contrastantes ao longo de caminhos sinuosos, entre ruínas, recantos, lagos e cascatas.

A vastidão do parque e a variedade de cenários é tal que não se dá pelo tempo passar e quando dei conta já era quase hora de encerramento. Informações sobre horários e preços podem ser consultadas aqui:

http://www.parquesdesintra.pt/

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Inspector Gadget

O Range cooking thermometer constitui mais uma demonstração da versatilidade dos iPhone’s. Descarregando a respetiva app (também disponível para iPad e iPod touch) e adquirindo os cabos de silicone apropriados para cada tipo de utilização (carne, líquidos e grelhados), e cuja resistência vai até aos 230 graus Celsius, pode, além de medir (em Fahrenheit ou em Celsius) com precisão as temperaturas, receber notificações sobre a evolução do seu cozinhado no iPhone (desde que esteja disponível uma ligação de Internet), enquanto usufrui do seu sofá.

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 (Foto retirada do Facebook da Supermechanical)

Mais detalhes aqui:

http://supermechanical.com/range/

Tachos & panelas num cinema perto de si

Burnt é o título do filme que se estreia a 22 de Outubro e que conta a história de Adam Jones (Bradley Cooper), um chef que destruiu a sua carreira com drogas e comportamento de prima-dona. Após a sua recuperação, regressa a Londres determinado a redimir-se através da liderança de um restaurante onde possa ganhar três estrelas Michelin.

Ainda só com realizador designado (Ridley Scott), prevê-se para 2017 a estreia da adaptação de The Devil in the Kitchen: Sex, Pain, Madness, and the Making Of a Great Chef, memórias de Marco Pierre White, o enfant terrible do panorama gastronómico do Reino Unido dos anos 80. Marco Pierre White foi o chef mais jovem a ganhar três estrelas Michelin (aos 33) e foi o único até hoje que as devolveu.

 

http://deadline.com/2014/07/ridley-scott-and-giannina-facio-option-the-devil-in-the-kitchen-about-tortured-chef-805911/#

 

Lob – Lobster & Secrets, um deli em que o lavagante é o rei

fotografia 3.JPGO luxuoso lavagante está agora mais acessível através da fórmula criada pelas mentoras do projecto Lob, que conjuga o requinte e o fausto do lavagante com a informalidade de um take away. Ele está presente no bisque (€ 3.50) com cebolinho, na salada (€ 7.50) que combina o ovo cozido, tomate cherry, aipo, funcho e rabanetes e na Miss Diva (€ 13.50), a sandwich de manteiga de corais, cebolinho e limão.

Mas o Lob disponibiliza outras opções, como um caril de camarão de Moçambique (€ 6.50) com arroz de especiarias, autêntica confort food nestes primeiros dias de Outono, ou a Piglento (€ 8), a sandwich de porco assado a baixa temperatura.

Pode-se encomendar e levar ou subir até ao primeiro andar e acompanhar estas delícias com uma limonada absolutamente refrescante.

A Helena e Catarina velam pela frescura e simplicidade dos ingredientes e foram inexcedíveis até encontrarem o pão sem glúten perfeito para eu conseguir provar a Miss Diva.

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 Rua São Filipe Néri, 21 (ao Rato)

215 987 801/ 914 303 635

2.ª a sábado das 12h às 20h