Pierre Marcolini é um maître chocolatier belga, estabelecido em Bruxelas, com um percurso sólido e criativo que o tornaram numa personalidade ímpar no mundo do chocolate.
A qualidade da matéria-prima é fundamental para atingir a perfeição e começa desde logo pela escolha dos melhores grãos/favas de cacau adquiridos junto dos produtores de várias regiões do planeta. A alquimia acontece em Bruxelas, onde a etapa da torrefacção, crucial para o desenvolvimento do aroma das favas, é a mais melindrosa de todas no processo de obtenção do chocolate.
O cuidado e rigor levado a cabo neste processo, e a inovação traduzida, a título de exemplo, no formato quadrado das tabletes de chocolate, levam à disponibilização de coleções limitadas ou efémeras, de blends exclusivos, fazendo dos seus chocolates e bombons algo de delicado, exclusivo e refinado, em suma, uma autêntica degustação.
Nem sempre tenho oportunidade de dar um salto à loja de Bruxelas para espreitar as novidades, mas recomendo, em especial, uma ida lá no Natal ou na Páscoa; fico sempre boquiaberta com as criações específicas para estas ocasiões, e mais uma vez é o caso:
Dia de folga passado na vila de Cascais, com céu plúmbeo e intenso cheiro a maresia, mas que em nada decincentiva a mais uma ida ao Marisco na Praça.
Desde meados de 2014, que este pequeno restaurante instalado em pleno mercado de Cascais oferece o marisco mais fresco que se pode encontrar nas nossas costas, sendo possível além do óbvio consumo no local, a compra para posterior confecção.
Na montra de entrada podemos encontrar as espécies de marisco do dia disponíveis, assim como os preços ao quilo. Apenas resta dizer quanto queremos de cada marisco e como o queremos cozinhado, ao que se segue a pesagem, sendo o marisco enviado para a cozinha.
A montra é sempre uma tentação: carabineiros, cracas, camarão de Espinho, gambas, ostras, sapateira, bruxas de Cascais, etc. Não sabendo de antemão o que vamos encontrar, nunca saí de lá desapontada quer pela variedade, quer pela frescura do marisco. Como refere a ementa, «O nosso marisco é mesmo fresco, tão fresco que nem sempre está disponível. E o mar é temperamental. Por isso ele tem dias. E o preço também varia.».
Desta feita, a escolha recaiu nos camarões tigre, que se apresentaram fresquíssimos, carnudos e com uma textura rija. Mas em ocasiões anteriores, os carabineiros e uma reconfortante feijoada de búzios fizeram igualmente as honras da casa.
Quer no Moules & Co, quer no Oui – Moules & Huîtres, o mexilhão é o rei.
Este molusco bivalve é servido de forma simples e informal em ambos os espaços, sendo as várias opções de confecção do dito acompanhadas com as incontornáveis batatas fritas.
A particularidade do Moules & Co é que na loja de Campo de Ourique temos a possibilidade de «casar» os mexilhões com cerveja, sendo para o efeito disponibilizada uma carta de cervejas apreciável, desde as portuguesas, às belgas ou holandesas, enquanto em Cascais o forte são os gins, também em número considerável.
Já o Oui – Moules & Huîtres é mais eclético em termos de bebidas, mas também por isso, incaracterístico.
Quer num, quer noutro, a opção escolhida foi au meunière, e os resultados foram diferentes. No Oui – Moules & Huîtres há uma maior proximidade com a clássica receita belga, uma vez que é utlizado aipo, essa planta, atrevo-me a dizer, desconhecida e mal-amada da maioria dos lisboetas. Já no Moules & Co, o alho-francês é o protagonista aromático. Ambos os restaurantes, porém, não se distinguem pelas incontornáveis batatas fritas que acompanham este prato, que se apresentaram moles e oleosas, o que é imperdoável.
Dito isto, quem não tem cão, caça com gato e não havendo a possibilidade de uma deslocação a Bruxelas é bom ter opções na capital para provar este petisco.
As salsichas austríacas são a especialidade da Hansi, o novo projeto dos donos do Kaffeehaus.
Na Rua da Moeda podem-se encontrar, por exemplo, Burenwurst, uma salsicha de vaca fumada, a Lammbratwurst, de borrego e vaca, a Käserbrainer, ligeiramente fumada e recheada com queijo emmenthal, ou a Currywurst, com molho de caril. Saladas e batatas fritas são os acompanhamentos disponíveis, que podem ser pedidas só como prato, havendo três tipos de molhos para pedir à parte.
As provadas foram a Lammbratwurst e a Käserbrainer e passaram no crivo. As batatas estavam no ponto, macias no interior e crocantes por fora.
O Hansi tem ainda o clássico schnitzel para quem não estiver numa onda de carne processada.
A profusão de opiniões sobre hamburguerias lisboetas é certamente proporcional ao número de hamburguerias existentes na capital. À parte a eficiência no atendimento, preços ou decoração dos espaços, a matéria-prima é que faz a diferença (não será assim sempre em todos os casos?!) e, para mim, a hamburgueria vencedora é a Hamburgueria 21.
A textura, a macieza e o teor de humidade de um hambúrguer são fundamentais e esta trilogia de requisitos está reunida cada vez que vou a esta hamburgueria.
A carta (que é o individual de mesa) tem a oferta normal e clássica de hambúrgueres e o eleito aquando da última incursão foi o eterno cheeseburguer.