Pela Casa da Dizíma
É numa casa datada do século XV, cujo nome se refere aos tempos em que dez por cento dos valores das mercadorias e do pescado transacionadas eram tributadas ao rei, que se encontra a Casa da Dizíma, em Paço de Arcos.
O imóvel é, pois, vetusto, com paredes de pedra rugosas e abóbadas de cruz e de berço em tijolo, com uma vista assombrosa para o mar desde o seu bar/terraço.
A cozinha internacional e cosmopolita, porém, com bases portuguesas, a carta de vinhos diversificada e abrangente, fazem deste restaurante um dos meus locais de eleição em Oeiras e que está no speed dial há já alguns anos. Não sendo uma cozinha posh nem de confort food, está algures entre estes dois conceitos, com um serviço de nível e atento, fazendo-nos sentir quase em casa.
Na mais recente visita, a escolha recaiu nos peixes, mais concrectamente, no bife de atum fresco com molho de manga e no brás de batata com caras de bacalhau panadas em panko, acompanhados com Quinta da Lagoalva. Reserva Arinto & Chardonnay Branco. Como sempre, sabores equilibrados e paleta de cores cativante.
Nas guloseimas, folhado de maçã e canela com gelado baunilha e, para variar, e no meu caso, creme brulée com ragout de laranja. E se escrevo “para variar” já deu para entender que estamos conversados.
Há mais para (re)descobrir em matéria de peixes e sobremesas, como seja o polvo corado com cebola roxa e alecrim, o folhado estaladiço de bacalhau e camarão, o pão-de-ló com creme de maracujá e praliné, para não falar nas entradas e nos pratos de carne.
Em suma, desde há muito e de forma consistente, que a Casa da Dizíma faz parecer simples aquilo que não o é assim tanto, conquistando e mantendo sempre clientes.