Os surpreendentes vinhos da Herdade dos Outeiros Altos
No quadro do mercado dos vinhos do Campo Pequeno, fiquei a conhecer um pequeno e jovem produtor do Alentejo, mas grande nos resultados já alcançados. O que me despertou a atenção foi o vinho de talha, uma técnica de produção em desuso, mas que vai resistindo nalgumas zonas do Alentejo.
Sendo o barro ser um material poroso, permite-se uma microxigenação no interior da talha (que é besuntada previamente com pez, uma resina natural) para evitar a oxigenação excessiva, ganhando o processo de vinificação desta troca gasosa através das paredes de barro da talha.
Quer o Outeiros Alto Talha de 2012 (Aragonez, Alfrocheiro e Trincadeira), quer os demais vinhos produzidos nesta Herdade são biológicos, sendo a quantidade de sulfitos inferior à máxima permitida na lei.
Além do já referido, ficaram na memória o Outeiros Altos Rosé 2014 e o Outeiros Altos Branco de 2013, um branco de vinhas tintas (Aragonês e Alfrocheiro), este último de cor e aroma inusitados (quase transparente, fresco e com um ligeiríssimo sabor a amêndoa).